Domingo é um dia especial para o cristão. Nele os crentes celebram a ressurreição de Jesus e mantêm o padrão de ajuntamento da igreja no primeiro século, adorando ao Senhor no primeiro dia da semana (cf. Mc 16.9 e At 20.7). Para muitos, esse é um dia cansativo, com várias atividades: culto público, reuniões, evangelismo e momentos de comunhão fraternal. Todavia, aqueles que realmente compreendem a importância desse dia acabam satisfeitos e gratos por sua existência.
As atividades semanais são árduas e, algumas vezes, extenuantes para muitos. A agenda da cultura secular faz com que as pessoas vivam para satisfazer “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1João 2.16). E tentar atender as demandas do mundo é frustrante, pois ele sempre exige mais (uma roupa melhor, um negócio mais lucrativo, um status social mais cobiçado, mais lazer e diversão etc.). Contudo, lutar contra as exigências do mundo é igualmente cansativo (a batalha é intensa e contínua). Portanto, ao final das correrias da semana o crente se sente necessitado de refúgio, direcionamento e provisão. É nesse momento que ele deve considerar a importância do que ocorre no domingo, bem como sua atitude nos momentos de adoração.
Todas as atividades dominicais possuem propósitos benéficos para o crente. O sermão, as orações, as leituras bíblicas, os sacramentos e a comunhão fraternal são meios que Deus usa para restaurar seu povo e confirmá-lo na direção certa. Essas atividades são importantes para lembrar o cristão de que a vida não se resume a essa realidade, às ambições sociais e nem às demandas do mundo ao redor. O crente vive para algo mais: ele vive para a comunhão com o Deus Eterno!
Dessa maneira, as atividades dominicais são significativas para que o discípulo de Jesus relembre a obra do Salvador em seu favor. Considerar o que Cristo fez para conceder vida eterna àqueles que nele creem assegura o amor do Pai pelos crentes em Jesus (cf. 1Jo 3.1). Também, as programações cristãs no domingo ajudam o crente a se lembrar de sua identidade, ou seja, ele é um redimido em Cristo Jesus, adotado como filho de Deus (cf. Cl 1.13). Por essa razão, se reunir como família de Deus e celebrar o nome do Pai Celestial é gratificante. Em terceiro lugar, a agenda do domingo cristão proporciona que o crente experimente o poder do Evangelho na prática. Por exemplo, todas as vezes que a igreja se reúne alguém presente possui uma história que foi redimida pela graça de Deus, algum relacionamento transformado, alguma vida convertida, alguma resposta de oração e assim por diante. Todas essas coisas apontam para o poder do Evangelho em ação na vida dos redimidos pelo Cordeiro. Por último, a liturgia do domingo prepara o crente para o Reino vindouro. O futuro do crente será caracterizado pela celebração, adoração e comunhão, tanto com o Pai como com os demais salvos de todo o mundo. Assim, a cada domingo o cristão “ensaia” para aquela realidade que o aguarda.
Diante dessas verdades, o melhor a fazer é não desprezar as benéficas programações dominicais em comunhão com a igreja. Quem compreende essas verdades se esforçará para “vencer a preguiça” e lutará contra as tentações de se envolver com programações cansativas do sábado a ponto de não conseguir congregar no domingo. Por outro lado, durante os momentos de adoração dominical, há algumas coisas que precisam ser lembradas. Dentre elas temos:
- O culto não é sobre você, mas exige sua participação plena. Para tanto, não basta apenas um “amém” vigoroso, mas a preparação do coração ao sair de casa a caminho do culto, durante a celebração e atenção à exposição da Palavra, até os momentos posteriores, procurando aplicar as lições bíblicas a sua vida diária;
- O culto não é uma sala de aula, mas também não é uma sala de estar. Ordem e reverência são dois elementos essenciais no intento de prestar verdadeira adoração ao Senhor do universo;
- Durante o culto, lembre-se de que o pastor está liderando, mas Deus está falando. O culto não conta apenas com a presença humana, mas com a presença real, embora invisível, do Deus que congrega com seu povo e fala por sua Palavra viva;
- Cantar de maneira afinada e harmoniosa é bom, mas meditar no ensinamento do que é cantado é melhor. Se você fizer isso, ensinará a si mesmo e será capacitado para instruir outros ao redor;
- Enquanto você adora, você está glorificando a Deus, mas ele está operando em seu coração, na vida de sua família e de toda a igreja. A verdade é que Deus está mais interessado no que ele faz em nós do que ele faz através de nós. Assim, embora invisível, ele está sempre ativo.
No próximo domingo, quando você estiver se aprontando para participar do culto, ir à igreja e atender às suas programações, reflita sobre a importância das atividades dominicais para sua própria vida. Provavelmente você terá uma alegria maior no coração e a satisfação de ter, verdadeiramente, cultuado o Pai Celestial!
Pr. Valdeci Santos