“Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8.18)
Existem momentos na vida nos quais nos sentimos no escuro. É como se tivéssemos de atravessar uma longa e desconhecida sala e não houvesse sequer uma pequena lâmpada para iluminar. Você consegue se identificar com essa cena? Quantas vezes uma doença inesperada, um divórcio na família, a perda do emprego ou de algum ente querido ou as dificuldades financeiras nos remetem à sala da escuridão. Nessas horas, precisamos intensificar nossas orações ao Senhor, para experimentarmos a sua direção em meio a escuridão, nos guiando com sua voz e conduzindo-nos de forma segura para a saída.
A tribulação é parte de nossa vida, é um componente que está presente na existência humana, desde a queda. O apóstolo Paulo, autor do versículo citado acima, era um homem que podia falar por experiência no tocante a veracidade dessa declaração, pois poucas pessoas sofreram tantas tribulações quanto ele (2Co 24-28). Paulo, porém, nunca desistiu da fé cristã e sempre buscou alcançar o propósito de Deus para sua vida, conforme ele mesmo afirmou em Filipenses 3.14: “prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Diante das adversidades, alguns poderão agir como o apóstolo Paulo, outros não. Normalmente, três reações são observadas num contexto de tribulação: Primeiro, a negação – uns preferem negar o que está acontecendo, ignorando o sofrimento ou pelo menos tentando fazer isto. Segundo, a rebelião – alguns se revoltam contra tudo e todos, praguejando contra as pessoas e blasfemando contra o nome de Deus. Terceiro, a confiança em Deus, outros olham para o alto e repousam suas vidas na soberana vontade do Senhor e decidem confiar e esperar em suas promessas. Qual tem sido sua atitude diante das tribulações?
É preciso pontuar também que sofremos por, pelo menos, quatro motivos: porque estamos sendo provados pelo nosso Senhor (Jó 2.2-6); porque estamos sendo disciplinados por Deus (Dt 8.5; Ap 3.19); por tomarmos determinadas decisões, mesmo sabendo que sofreremos por causa delas (At 5.9; Rm 1.28) e também por vivermos em um mundo afetado pelo pecado, onde nos relacionamos com pessoas caídas (Rm 8.22).
Por outro lado, existem pelo menos três erros frequentes que as pessoas cometem em tempos de tribulação e precisamos estar atentos para não cometê-los: Primeiro, ouvir as pessoas erradas; segundo, seguir o que a maioria das pessoas está fazendo e terceiro, confiar nas circunstâncias da vida como se elas fossem resolver tudo.
Diante das adversidades, a melhor atitude é olhar para a tribulação de maneira correta e até mesmo aprender em meio ao sofrimento, pois Deus certamente trabalha em nossa vida quando vivenciamos a dor. Como dizia William Cowper: “Por trás de cada providência carrancuda, esconde-se uma face sorridente”. Talvez você hoje esteja vivendo um momento de intensa dor, em que o dia mau e as noites sombrias parecem não acabar e por essa razão você não consegue encontrar uma luz no fim do túnel. Creia! Existe uma saída e esta saída é Cristo Jesus.
Quando nos voltarmos para Cristo, iremos olhar para a tribulação numa perspectiva diferente. Olharemos à luz da eternidade e verificaremos que a tribulação é por um breve período de tempo, se comparado com a glória que há de vir. Assim, podemos entendê-la como pedagógica em nossas vidas e aprendermos algumas lições tais como: reconhecer que somos dependentes de Deus, lembrarmos de suas poderosas promessas e também da vida eterna que Cristo preparou para àqueles que nele creem.
Podemos ainda, através da tribulação, ser capacitados e usados como instrumentos de Deus na vida de outras pessoas. Por fim, a tribulação serve, muitas vezes, como um recurso da parte de Deus para nos ajudar em nossa santificação. É preciso lembrar que “O bisturi da tristeza e da tribulação é muito mais afiado que o fio expansivo da felicidade, e pode desarraigar falhas de caráter e de ação com muito maior prontidão do que qualquer sentimento de euforia” (R. N. Champlin).
Que o Senhor nos livre das tribulações, mas se elas vierem, que possamos ter a postura de uma vida pautada nas Escrituras, com os nossos olhos voltados para a eternidade e prontos a ouvir a voz de Deus no meio do vale da adversidade. Assim, entenderemos os propósitos dele em nossa jornada cristã. Que o Senhor lhe visite e console o seu coração!
Pr. Fábio Borges Coutinho
2 Comments
Roseli
Muito boa essa ensagem
ELIANA BORTOLUSO MOURA
Quão mais fácil fica quando no momento de aflição, olhamos para o nosso Senhor e pedimos sua orientação e amparo, que alívio nos trás a certeza que em meio a tudo isto ele está conosco! Que o Senhor nos fortaleça em nossa fé a cada dia, para que nestes momentos não tropecemos! Obrigada pela bela mensagem!
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