Fábio B. Coutinho
“Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hb 13.14)
O salvo em Cristo Jesus vive entre dois mundos. Nossa pátria não é este mundo, mas aguardamos a Nova Jerusalém, a pátria preparada por Jesus para nossa morada eterna. Foi Ele mesmo que afirmou: “Na casa do meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também” (Jo 14.2-3).
A caminhada cristã, rumo à Nova Jerusalém, tem muitas alegrias, mas também é cheia de percalços e armadilhas que muitas vezes ofuscam o brilho e dificultam a nossa jornada rumo aos céus. Esta verdade é ilustrada no livro O Peregrino de John Bunyan. Nesta narrativa, o cristão está seguindo para a Cidade Celestial, contudo, vez por outra é tentado a abandonar o seu intento. Assim como o cristão de O Peregrino, precisamos estar atentos para que as distrações e os prazeres efêmeros deste mundo, não roubem o foco da nossa caminhada rumo a cidade celestial (1Jo 2.15-17).
O teólogo Jonathan Edwards tinha trinta anos de idade quando escreveu em seu diário a seguinte oração: “‘Ó Deus Trino, grave a eternidade em meus olhos’,[…] minha consciência, minha alma, minhas mãos e pés, meus cultos domésticos e públicos, sim, todo o meu ser e ministério – cada sermão que eu pregar e cada aula que eu der, cada visita pastoral que eu fizer e cada artigo que eu escrever. Ajuda-me a pregar como um homem que está morrendo para pessoas que estão morrendo. Ajuda-me a viver sempre à beira da eternidade – com pés calçados, costas cingidas e o cajado pronto – preparado para encontrar o Deus vivo a cada dia”. [1]
A nossa pátria celeste não deve nunca ser esquecida. Que vivamos com os pés nesse mundo, mas, com a eternidade em nosso coração. O teólogo Joel Beeke afirmou: “Considere a prontidão para morrer como o primeiro passo do aprendizado da vida. Enxergue esta terra como o camarim de Deus e o ginásio que o prepara para o céu”. [2]
Oremos como Jonathan Edwards: “Ó Deus Trino, grave a eternidade em meus olhos”
[1] Ascol, Tom. Amado Timóteo. São José dos Campos – SP: Fiel, 2005, p. 209.
[2] Ascol, Tom. Amado Timóteo. São José dos Campos – SP: Fiel, 2005, p. 208.