Deus é bom?

Deus é bom?

Little girl smelling a white gerberDeus é bom?


 

Preocupo-me quando ouço algumas pessoas dizerem que Deus é bom. Não com a afirmação em si, até porque bondade é um atributo de Deus (Sl 31.19). O que me preocupa de modo geral é a “boa” justificativa que se usa para fazer essa afirmação. “Deus é bom, porque me curou de uma grave doença”. Ou: “Deus é bom, porque eu fui efetivado no trabalho”. Ou ainda: “Deus é bom, porque eu comprei um carro novo”.

Até entendo a alegria e a possível gratidão que move o coração das pessoas a fazerem esse tipo de afirmação, porém isso pode ser extremamente perigoso quando se tem uma perspectiva incorreta da bondade de Deus. Explico. Suponhamos que depois de muito orarmos e suplicarmos por algo, Deus não atenda ao nosso pedido. Concluímos, então, que Deus não é bom? É exatamente aí que se encontra o perigo: o reducionismo que fazemos da bondade de Deus à saciedade de nossos desejos e vontades.

O problema não está em dizer que Deus é bom. O problema está na justificativa que se usa para isso. É certo fazer essa afirmação, mas não somente pelo fato de ter as vontades e os desejos saciados. Deus é bom porque é. Sua bondade não precisa ser justificada por homens. Ela não precisa de um selo de autenticação humana para validá-la. Deus é bom no sentido que a Bíblia diz que é e não no sentido que a nossa experiência indica, seja ela boa ou ruim.

Deus é bom pelo carro novo que adquirimos. Ele é bom pela cura tão esperada que recebemos, seja por meios ordinários ou extraordinários. Ele também é bom pelas conquistas profissionais que alcançamos. Mas Ele continua sendo bom caso a cura não aconteça, caso a promoção não venha, caso o sonho do carro ou da casa nova nunca se realize. Não é a nossa experiência que diz o que Deus é. É a sua Palavra e somente ela.

“Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral, nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação” (Hc 3.17,18 – NVI). O profeta Habacuque entendeu a bondade do Deus que salva. Bondade que foi emplacada na cruz do calvário. Bondade que resgata pecadores merecedores da ira divina e os faz aceitos como filhos de Deus. Bondade completamente revelada em Jesus Cristo. E nós, entendemos?