O ALVORECER NUM COCHO

O ALVORECER NUM COCHO

O amor de Deus não começou a ser mostrado na Cruz. A Manjedoura também estava cheia de provas de amor. Aquela criança teve que deixar o conforto do ventre materno para vir ao mundo. Estava nu, com frio e todo sujo de sangue. Ele sentiu na pele que esse mundo não é nenhum paraíso. Jesus não chorou a primeira vez diante da morte de Lázaro; como toda criança, deve ter começado a vida chorando.

Não foi só o conforto da barriga de Maria que Ele deixou. Ele saiu da Presença do Rei para vir morar com os rebeldes. Da Eternidade, veio à História. Só não percebemos o quanto isso é uma prova de amor pelo fato de ainda não termos compreendido que essa vida não chega nem perto da vida eterna. Lá no fundo, ainda preferimos estar aqui. O amor sempre se manifesta em atos, como aconteceu naquele estábulo em Belém.

A estrela que guiou os magos, que não eram nem três nem reis, mostrou o caminho para o Caminho. Aquela estrela apontava para o fim da noite escura de nossas almas, ela guiou os magos até a Alvorada, pois “a alegria vem pela manhã”.

A Virgem não deu à luz, mas deu ao mundo a Luz. Naquela Manjedoura está o Alimento que saciará eternamente toda ovelha que dEle comer. Na vida dAquela Criança há, ainda hoje, vida para todos. Naquele cocho, coisa que nenhum teólogo consegue explicar, estava envolta em panos a Eternidade.

Por isso, irmãos, nesse natal, nos alegremos porque Cristo se humilhou fazendo-se uma pequena criança. Tenhamos também nEle um exemplo de amor sacrificial, exemplo que devemos seguir não apenas no final do ano, mas em todos os dias de nossas vidas. Como diz um antigo hino:

“Quando eu estava afundando, afundando, afundando,

quando eu estava afundando, afundando,

quando eu estava afundando sob o olhar irado da justiça de Deus,

Cristo deixou de lado sua coroa por minha alma, por minha alma,

Cristo deixou de lado sua coroa por minha alma”.

(What Wondrous Love Is This?).