O que aconteceria se orássemos?
“Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos”. (Tg 5.17-18)
Você crê que a oração é uma ferramenta poderosa que nos foi dada por Deus? Você entende que quando você ora existe um fortalecimento e uma maior intimidade com aquele que é o único que pode fornecer paz para suportar as adversidades e poder para superar qualquer desafio que enfrentemos? Creio que, se você é um verdadeiro cristão, tenha respondido de forma afirmativa a essas perguntas.
Entretanto, parece que essa atividade não se realiza a contento em nossa vida.Talvez, o motivo principal desse acontecimento se deve ao fato de que é algo contrário à nossa natureza. Mas, quando as coisas “apertam”, corremos em direção ao Senhor e clamamos por Sua poderosa intervenção. Nessas situações, temos a grata surpresa de sentir dentro de nós a paz que vem do céu, a alegria de saber que Deus está interessado em nossas orações, pois se interessa por nossa vida.
Não existem dúvidas de que o Senhor nos responde, mas a busca da face de Deus em tempo de angústias não deve ser o cotidiano do cristão. A oração deve ser o produto de muito tempo gasto com Deus. Se queremos crescer e obter vitórias, nessa área da vida cristã, não podemos fazer isso com celeridade, pois a intimidade com o Senhor não se faz às pressas, mas com persistência, constância e fé. Não advogo aqui o simples valor do tempo gasto em oração, mas o tempo de comunhão e intimidade com o Pai.
Demorar-se sozinho com Deus é o segredo para conhece-Lo melhor. Nesse sentido, temos o exemplo de nosso Senhor Jesus, que muitas vezes retirou-se para orar, empregou tempo e muitas noites buscando a face do Pai. Era costume de Jesus orar, Ele separava tempo para isso e buscava constantemente a intimidade com Deus. O apóstolo Paulo também orava muito. O profeta Daniel, segundo a Bíblia, separava três períodos do dia para oração.
O segredo de muitos homens que são conhecidos e reconhecidos hoje na história, deveu-se a uma vida devota de oração. Lutero disse: “Se eu deixar de empregar duas horas em oração todas as manhãs, o diabo terá vitória o dia inteiro. E tenho tanto trabalho que não posso realizá-lo sem gastar três horas diariamente em oração”. [1] Podemos citar ainda D. L. Moody, um homem comum que impactou sua época porque se curvou em oração e intimidade com o Senhor. Uma de suas frases acerca da oração foi: “Ela é a porta pela qual Deus opera a sua vontade soberana em nossas vidas”.
O que aconteceria se agíssemos como Elias, Paulo, Daniel, Lutero, Moody e outros? O que aconteceria se seguíssemos o exemplo de nosso Senhor? Que impacto haveria se déssemos mais valor à comunhão com Deus do que ao sucesso diante dos homens? Penso que no meio do povo de Deus haveria mais felicidade, vitórias, poder, vitalidade, vida abundante, comunhão íntima e intensa com o Senhor, alegria abundante e inumeráveis bênçãos do céu.
Oração é um exercício espiritual, é revestimento de poder, é uma solene correspondência entre nós e Deus. É chave para abrir portas e sinalizador para uma direção divina. Através da oração, o caráter do cristão se molda à soberania de Deus. Oração é mandamento, é graça, mas também é privilégio de filho, é descansar nos braços do Pai. Se orássemos mais, veríamos a manifestação visível de Deus no meio do seu povo, experimentaríamos a visitação plena do Espírito Santo no meio da Igreja.
Elias era homem semelhante a nós. Ele orou e Deus em Sua soberania agiu. E nós? Oraremos e experimentaremos a abundância espiritual de Deus hoje? Que Ele nos ajude!
Pr. Fábio B. Coutinho
[1] http://monergismo.com/wp-content/uploads/poder_oracao_bounds_livro.pdf