Calvino denominava os Salmos de uma “anatomia de todas as partes da alma” uma vez que neles encontramos expressões de vários conteúdos e das mais diversas formas. Os Salmos nos ajudam a lembrar que somos compostos por mais que pensamentos e raciocínio lógico.
Nos ajudam a entender nosso coração e a derramá-lo diante de Deus e ter uma compreensão mais completa do nosso próximo. Entre todos os tipos de Salmos, existem os de lamentação, cânticos de gratidão, de sabedoria, hinos, salmos de confiança, sobre o reino e reinado de Deus, entre vários outros.
Suas várias formas literárias parecem acompanhar as diversas experiências e sentimentos pelas quais passamos nessa vida. O que mais gosto nos Salmos é que são uma demonstração profunda de crentes como eu e você buscando respostas, ajuda, forças e se derramando diante de
Deus.
]Em meio às mais diversas situações e sofrimentos, os salmistas buscam a Deus – eles não procuram resposta ou alívio em outros lugares. E ao fazerem isso, Deus fortalece o relacionamento com eles e lhes capacita em meio à provação.
Em meio às dificuldades da vida e muitas vezes sem entender o propósito dos
sofrimentos pelos quais passamos, os salmos nos ensinam que Deus ouve nossas
petições, se importa com elas, e está ao nosso lado.
O salmo 4 é um bom exemplo de uma fórmula comumente usada pelos salmistas – súplica a Deus por conta de sofrimento, resposta ou recordação da fidelidade de Deus, e por fim, adoração do salmista.
No primeiro versículo, o salmista clama ao Senhor, “Responde-me quando clamo, ó Deus que me faz justiça!” e apresenta seu caso no próximo versículo. Logo em seguida, ele
se recorda da fidelidade de Deus, “Saibam que o Senhor escolheu o piedoso; o Senhor
ouvirá quando eu o invocar”.
Após apresentar seu caso a Deus e ter a confiança de que ele está ao seu lado, o salmista tem paz e consegue dizer, “Encheste meu coração de alegra…em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança”.
Muitas vezes não entendemos os propósitos de Deus e a maneira em que ele opera, mas é ao apresentarmos nossos sofrimentos a ele que teremos a confiança de seu amor para conosco.
Quero incentivá-lo a buscar a Deus em meio ao sofrimento, a abrir seu coração a ele e clamar por ele. Os salmos nos ensinam que, ao contrário de se irar ou nos punir quando suplicamos a ele ou até questionamos seus feitos, Deus nos convida a o buscarmos em meio à dor.