Para que nem tudo se acabe em cinzas

Para que nem tudo se acabe em cinzas

ashesPara que nem tudo se acabe em cinzas


No Brasil, o início do ano é marcado pelas celebrações do Carnaval. Na verdade, para alguns o ano somente começa após esse evento. Essa festa popular se tornou marco turístico nesse país, consome grandes cifras financeiras e representa o ápice da diversão para muitas pessoas. Depois de três dias de festividades, o carnaval termina na Quarta-feira de Cinzas, dia que, no calendário religioso, é dedicado à reflexão e ao arrependimento. A Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário gregoriano. Ela foi instituída como símbolo do dever da conversão e mudança diante da fragilidade da vida humana. O nome vem da celebração tradicional da “missa das cinzas” pelo cristianismo Romano. As cinzas utilizadas nessa missa provêm da queima dos ramos utilizados no Domingo de Ramos do ano anterior e essas cinzas são utilizadas para se fazer uma cruz na testa dos devotos e o sacerdote proferirá as seguintes palavras: “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”. Nessa tradição, a Quarta-feira de cinzas marca o primeiro dia da Quaresma, ou seja, os quarenta dias anteriores à paixão de Cristo. No Brasil, esse dia coincide com o final das celebrações do Carnaval.

SOMENTE OS INVESTIMENTOS COM CRISTO DURAM ETERNAMENTE

A referência às cinzas no dia seguinte às celebrações do  Carnaval é, no mínimo, intrigante. Além de lembrar a fragilidade da vida humana, esse simbolismo ainda aponta para outras verdades.

As cinzas indicam a ausência do colorido

Cinza é a cor intermediária entre o branco e o preto, o que faz dela uma “cor secundária” (teoria dos pigmentos). Em diversas culturas o cinza é associado à tristeza e ao luto. No vocabulário popular, as pessoas dizem que as “coisas estão cinza” quando a situação está “sem brilho”, “fosca” e “turva”. Neste caso, o cinza indica a ausência do colorido, da alegria e do entusiasmo na vida das pessoas.

É significativo que o primeiro dia após o Carnaval seja associado à falta de alegria e entusiasmo! De fato, todo contentamento e celebração sem Deus é fadado a acabar em cinzas. A vida só possui “colorido real” quando Deus se faz presente. Somente na presença de Deus “há plenitude de alegria” (Sl 16.11). Quem realmente deseja o contentamento devem procura-lo na comunhão com Deus.

As cinzas simbolizam a queima dos sonhos

Cinzas resultam da queima de objetos que alimentavam o fogo. O problema é que, ao final, todo fogo neste mundo termina em cinzas. Enquanto as chamas se elevam as pessoas podem até se alegrar e festejar ao redor do fogo. Por um momento, a fogueira das paixões do Carnaval pode até parecer nunca ter fim! Mas a Quarta-feira cinzenta sempre chega!

Todo projeto em prol da satisfação e felicidade em que Deus não seja o centro, será passageiro e resultará em cinzas no final. Somente os investimentos com Cristo duram eternamente. O imperativo de Jesus foi: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). Se o domínio de Deus (seu reino) não for o fator primário em nossas vidas, nunca obteremos os sonhos secundários!

As cinzas apontam para o juízo de Deus

Como o fogo consome e reduz sua combustão a cinzas, também ocorrerá no dia final. Assim, é possível associar a cinza ao prelúdio do juízo de Deus. Porém, a terrível notícia sobre aquele fogo do juízo é que ele não aniquilará os objetos queimados, mas os atormentará eternamente!

Pesa sobre todo aquele que despreza Cristo a horrível expectativa do juízo de Deus que se consumará no último dia, pois “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo” (Hb 10.27). Somente aquele que atende as palavras de Jesus e nele crê, não entra em juízo, mas passa “da morte para a vida” (Jo 5.24).

Assim, para que nem tudo na vida resulte em cinzas é necessário assumir um compromisso verdadeiro com Cristo aceitando-o como o único Salvador. A promessa de Deus para todo crente em Cristo é conceder a eles “uma coroa ao invés de cinzas e óleo de alegria ao invés de pranto” (Isaías 61.3). Logo, para que nem tudo se acabe em cinzas, a Palavra de Deus exorta que diante dos ensinos divinos não devemos endurecer o coração (Hb 3.7, 15 e 4.7).