Pequenos Cristos – As bases do discipulado de Jesus

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Pr. Fábio B. Coutinho

Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, Jesus lhes disse: ‘Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me’” (Mc 8.34 – NAA)

Jesus tinha a convicção de que muitos que o seguiam estavam atrás de seus milagres, do alimento e das boas palavras que ele dispensava ao povo. Contudo, essas pessoas não estavam dispostas a pagar o preço de ser um discípulo de Cristo, por essa razão ele traz uma palavra tão contundente e pesada aos seus discípulos e ao povo de uma forma geral. O discipulado de Jesus foi oferecido não só a uma liderança ou elite religiosa (os discípulos), mas a todos quantos o desejam seguir de coração.

O que Jesus exige para os seus seguidores é um espírito de renúncia e sacrifício. As bases do discipulado de Jesus não estão alicerçadas em um caminho fácil, em veredas de tranquilidade, nas amenidades que o mundo pode oferecer e muito menos em doutrinas escolhidas aleatoriamente pelos homens. Entretanto, a recompensa de Jesus para os seus discípulos e para os seus seguidores, é a glória eterna.

Segundo o Reverendo Hernandes Dias Lopes “Jesus não somente abraça o caminho da cruz, mas exige o mesmo de seus seguidores (8.34). Foram várias as tentativas para afastar Jesus da cruz: Satanás o tentou no deserto. A multidão quis fazê-lo rei e Pedro tentou reprová-lo, mas Jesus rechaçou todas essas propostas com veemência” [1]. E assim como Jesus, seus discípulos deverão abrir mão de muitas coisas, pois não há coroa sem cruz, nem céu sem renúncia.

E quais são as bases exigidas por Jesus àqueles que querem ser seus discípulos? No verso acima temos pelo menos três procedimentos principais para o discipulado em Cristo:

  1. Negue a si mesmo: traz a ideia de um grande esforço para abandonar o “eu”, para esquecer de si mesmo, perder a visão ou interesse próprio e assim olhar a vida através das lentes espirituais da Palavra de Deus. Também implica em Jesus ser a principal pessoa a ser imitada e seguida em todas as áreas da vida. Será necessário um caminhar firme e resoluto na dependência do Senhor;
  2. Tome a sua cruz: A natureza e o caminho do discipulado seguem o padrão de Jesus, ou seja, de quem ele é e por onde ele passou. Jesus esvaziou-se de si mesmo com uma atitude baseada na vontade de Deus e por amor aos seus escolhidos. A imagem da cruz era comum aos ouvintes de Jesus, eles sabiam que criminosos eram executados por seus delitos. Mas esta imagem, a cruz, que Jesus cita, apontava para o seu próprio sacrifício e para aqueles que o seguissem, mostrando que a prioridade é viver para Cristo. Viver sacrificialmente e abandonar a própria vida, é algo contrário à nossa natureza carnal, aqui fica explícito a ideia de sacrifício e esforço pessoal para esse discipulado;
  3. Sigame: o sentido aqui é juntar-se a Jesus e acompanhá-lo sempre, é um convite para uma renúncia radical. Essa decisão, apesar de muito difícil, é acompanhada de perto pelo Senhor Jesus. Àqueles que o seguem recebem a poderosa promessa do próprio Senhor: “…E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos” (Mt 28.20b).

Portanto, assim como Jesus, exercite o perdão, espalhe o amor, pregue o Evangelho, busque as coisas do alto, fuja do pecado, e siga com perseverança o caminho do discipulado em Cristo.


[1] Lopes, Hernandes Dias. Marcos: O Evangelho dos milagres – São Paulo: Hagnos, 2006, Pg 392.

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