Aproxima-se o dia em que celebraremos, de modo especial, a existência de alguém singular: nossa mãe! Anualmente, no segundo domingo de maio, temos o costume de presentear com mimos e palavras carinhosas àquela que marca profundamente nossa história. Trata-se de uma recordação justa a quem dedica grande parte da vida se sacrificando pelo bem dos filhos.
Se a sociedade ocidental ainda celebra a figura da mãe – embora nem sempre o faça da maneira devida por causa da forte influência dos movimentos feministas e do consumismo de nossa época – a Escritura Sagrada exalta a sua importância de modo inequívoco. Na Palavra de Deus encontramos várias referências não somente ao valor da mulher como mãe, mas também à honra que lhe é devida por parte de seus filhos (cf. Dt 27.16; Jz 5.7; 1Rs 19.20; Sl 131.2; Pv 1.8-9 e 15.20; 1Tm 2.15; entre outros).
Contudo, o dia das mães, além de apreciar a figura materna, tem servido para revelar um grave problema em nossa sociedade: a desassociação dos atos externos da devoção interna. Embora muitos filhos presenteiem sua mãe nessa ocasião, e até tenham boas intenções ao fazê-lo, nem todos têm obedecido ao mandamento bíblico de honrá-la devidamente (cf. Êx 20.12; Ef 6.2). Alguns, nem sequer sabem ao certo o que isso significa.
Por isso, baseando-me no artigo de Darren Carlson[1], ofereço nesse breve texto quatro maneiras práticas de “presentear” sua mãe, honrando-a e, ao mesmo tempo, honrando a Deus – acima de tudo.
- Compreenda-a. Embora por vezes elevemos nossa mãe ao status de “mãe perfeita”, precisamos nos lembrar de que ela é pecadora como nós. Somos “filhos de Adão” e carregamos em nós as marcas do pecado. Ela também carrega dores e frustrações dos relacionamentos com os pais dela, de um passado difícil, entre outras coisas. Marcas e impressões foram deixadas nela do mesmo modo como ela deixa marcas e impressões em você quando ela erra, e da mesma maneira como você as deixará em seus filhos. Então, tente entender quem sua mãe é e procure saber mais sobre sua história de vida, sendo mais paciente quanto às falhas dela. Pergunte sobre seus medos, ansiedades e expectativas e, quando necessário, a perdoe.
- Agradeça-a. Um requisito indispensável a todo cristão é a gratidão. A Bíblia nos orienta a sermos gratos a Deus por tudo, pois a ingratidão está relacionada à incredulidade. Isso, porque o fundamento de nossa gratidão a Deus consiste no reconhecimento do que Jesus Cristo fez na cruz por nós (cf. Ef 5.4; Fp 4.6; Cl 2.7). Uma vez gratos por Jesus, sempre gratos por tudo! Então, seja grato a Deus por sua mãe e deixe isso claro a ela, sendo específico ao dizer o quanto seu amor sacrificial tem impactado você. Certamente, houve momentos nos quais sua mãe, em certa medida, refletiu a humildade e servidão do próprio Redentor. Uma maneira prática de agradecê-la por isso é ajudá-la nos compromissos diários. Arrumar sua cama (para que ela tenha mais tempo para se dedicar a ela mesma) e lavar as louças são ótimos modos de demonstrar sua gratidão! Então, faça isso por ela.
- Envolva-a em suas decisões. Como você se sente quando alguém lhe procura, desejando conselhos para tomar alguma decisão? Creio que você se sente honrado nesses momentos. Semelhantemente, sua mãe se sente assim quando você faz o mesmo com ela. Portanto, envolva-a em suas decisões (se você é casado, faça isso com o consentimento de seu cônjuge). Não ignore a experiência de vida dela, pois muitas decisões equivocadas, bem como suas consequências, poderiam ser evitadas se a ouvíssemos mais.
- Desfrute da companhia dela. À medida que amadurecemos, ficamos menos dependentes de nossa mãe e com isso tendemos a passar menos tempo com ela. As responsabilidades da vida adulta também contribuem para que isso aconteça. Geralmente, essa tendência só é quebrada em momentos de dor, como no caso de doenças e outros problemas familiares. Infelizmente, para alguns, essa reflexão se dá muito tarde, quando ela já se foi e, nesse caso, o que fica muitas vezes é a vontade de ter feito diferente. Então, não deixe que a falta de tempo lhe afaste de sua mãe. Convide ela para participar de sua rotina quando for possível. Ame a companhia dela! Relacionamentos profundos são forjados no “tic tac” do relógio e, nesse caso, tempo é sinônimo de amor.
Enfim, no próximo domingo, presenteie sua mãe com os melhores presentes e as melhores declarações, mas não deixe de presenteá-la todos os dias do ano – honrando-a com sua compreensão, sua gratidão, seu interesse e seu tempo. Afinal, esses são os melhores “presentes” que um filho pode dar à sua mãe!
[1] https://www.thegospelcoalition.org/article/going-home-for-christmas-honor-mom-and-dad