Pr. Valdeci Santos
Eleição de oficiais (presbíteros e diáconos) demanda grande responsabilidade por parte da igreja local. A Bíblia ensina que desde o período dos apóstolos, o método para o estabelecimento de líderes na igreja local, tem sido pela escolha da congregação. Em seu ministério apostólico, Paulo promovia, “em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns” e, finalmente, os encomendavam ao Senhor (cf. Atos 14.23. Assim, a igreja deve zelar e estar atenta para que todo o processo de eleição de oficiais seja o mais lícito e bíblico possível.
É razoável afirmar, à luz das palavras de Paulo em Atos 20.28-30, que a igreja que escolhe mal os seus oficiais, sofrerá duramente por sua escolha errada. Naquele texto, ao falar com os presbíteros de Éfeso, o apóstolo afirmou: “Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho” (v 29). Em outras palavras, ele estava ciente dos perigos e riscos que os cristãos de Éfeso enfrentariam. O surpreendente, porém, foi o fato dele ter identificado que parte daqueles perigos viriam do próprio grupo de líderes daquela igreja. No verso 30 ele diz: “E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles”. Ou seja, uma escolha de líderes errados prejudica diretamente o rebanho de Cristo.
Diante dessas verdades, é necessário que a igreja entenda quatro princípios sobre esse assunto.
- Deus pretende que cada igreja local tenha um conselho de presbíteros. Em outras palavras, o Senhor não quer que uma pessoa sozinha governe sua igreja, mas que ela seja liderada por uma pluralidade de presbíteros.
- A eleição de oficiais é uma responsabilidade corporativa. Os apóstolos estabeleceram as qualificações dos presbíteros e diáconos no Novo Testamento (1Timóteo 3 e Tito 1), mas a congregação local é encarregada da escolha. Essa é, certamente, uma enorme responsabilidade espiritual.
- A igreja só deve votar naqueles homens que atendam os critérios estabelecidos pelos apóstolos nas Escrituras. Escolher líderes com base em outros critérios para governar a igreja de Deus é atentar contra o próprio Senhor. Essa atitude é totalmente reprovável nas Escrituras.
- Não se deve fazer escolhas de oficiais sem a prática da oração e jejum. Essas disciplinas espirituais podem ser observadas no exemplo de Jesus ao escolher seus discípulos (cf. Marcos 9.37-38) e dos apóstolos ao instituírem líderes sobre as igrejas de sua época (cf. Atos 1.24-25 e 14.23).
- Ao reclamar da preguiça de seus líderes, a igreja deve se lembrar que foi ela mesma quem os escolheu. Talvez ao se lembrar das escolhas passadas a igreja seja motivada a agir de maneira mais criteriosa no presente.
Deus governa sua igreja por meio de seus líderes e a igreja local tem a responsabilidade de buscar o Senhor e pedir a graça dele para todo o processo de eleição de novos líderes. Que todos nós aprendamos com os princípios bíblicos estabelecidos para nossa edificação e crescimento.