Quem somos

Somos uma igreja protestante comprometida com a expressão reformada da fé cristã. Nosso objetivo fundamental é adorar e glorificar a Deus com nossas vidas e culto.

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Endereço: Rua Gabriele D’Annunzio, 952 – Campo Belo, São Paulo – SP, 04619-004

Escola Bíblica Dominical (EBD) às 9h

Histórico da Igreja Presbiteriana do Campo Belo

A Igreja Presbiteriana do Campo Belo, originariamente Igreja Evangélica Suíça de São Paulo, é uma comunidade cristã, fundada em 1958, atualmente com sede na Rua Gabriele D’Annúnzio, 952, no bairro de Campo Belo, São Paulo, SP. Ela é constituída por número ilimitado de membros, sem qualquer discriminação de nacionalidade, cor, raça, sexo ou posição social e tem por finalidade realizar cultos de louvor e adoração a Deus, praticar o ensino teológico e religioso, bem como organizar e manter obras de assistência social e promover atividades na área educacional próprias ao espírito protestante.

O presente documento objetiva oferecer, de forma sucinta, um relato histórico da Igreja Presbiteriana do Campo Belo, cuja origem se encontra na Igreja Evangélica Suíça de São Paulo. Além do mais, este documento ainda contém informações sobre a saga suíça no processo de imigração no Brasil.

Depois dos portugueses, os suíços foram os primeiros imigrantes europeus a se estabelecerem voluntariamente no Brasil. A história da imigração suíça no Brasil é marcada por dificuldades, perseveranças e variadas contribuições à sociedade brasileira. De forma geral, o fluxo migratório suíço pode ser dividido em três períodos principais: a época do Brasil-colônia, o período da monarquia e o progresso industrial na República.

Os primeiros “suíços” a chegarem ao Brasil eram na verdade franceses que residiam em Genebra, Suíça, atraídos pelos ensinos do reformador João Calvino. Esses protestantes calvinistas que “desembarcaram perto do Rio de Janeiro, em 1557, a bordo de navios franceses”, com o intuito de contribuírem com a fundação da França Antártica e divulgarem a crença reformada no novo continente. A partir daquele período, a presença suíça no solo brasileiro teria o propósito eminentemente missionário: tanto por protestantes quanto católicos. Ainda no período do Brasil colônia, há de se destacar a participação dos menonitas suíços em Pernambuco, durante o governo de Maurício de Nassau, que muito contribuíram com a implantação de técnicas na lavoura e pecuária.

Com o estabelecimento da monarquia, o país se tornou um centro de atenção para alguns europeus desejosos de encontrar novas oportunidades nas Américas. Nesta ocasião grande número de imigrantes suíços, oriundos do cantão de Friburgo, chegou ao Rio de Janeiro e, ocupando eles a região serrana do estado, fundaram a cidade de Nova Friburgo. Outro grupo se dirigiu para o sul do país, estabelecendo-se na Colônia Dona Francisca (hoje Joinville), em Santa Catarina. As causas da imigração foram diversas. Fatores econômicos, políticos e até catástrofes naturais contribuíram para este processo. O início do século 19, “mais precisamente os anos de 1815 e 1816, foi marcado pelo Bloqueio Continental napoleônico e consequente aumento dos impostos”. Este fato, associado à superpopulação e à crise no campo com a perda de colheitas, aumentou o desemprego na Suíça e tornou o Brasil uma alternativa atrativa para várias pessoas insatisfeitas e desiludidas com a situação.

O processo emigratório suíço foi ameaçado por vários fatores. A própria viagem de navio representou um risco para muitos, posto que muitas vezes ela culminava em morte. Ao chegar ao país os imigrantes tiveram que lutar contra algumas doenças tropicais, como a cólera e a febre amarela. Aqueles que superaram os desafios, geralmente criavam uma economia baseada no trabalho familiar, de comércio e pequenas lavouras. Alguns eram considerados elegíveis para receber subsídios do governo brasileiro e outros recebiam pequenas propriedades rurais para o início de suas atividades. Além do Rio de Janeiro e Santa Catarina os imigrantes suíços também se agrupavam em pequenas colônias na Bahia, Espírito Santo e São Paulo.

A proclamação da República (15/11/1889) coincidiu com o avanço do processo de industrialização do Brasil. Neste período, novos imigrantes suíços chagaram ao país trazendo seus conhecimentos técnicos. Neste mesmo período foi fundada a Colônia Helvética no estado de São Paulo (1888), nas proximidades das cidades de Campinas e Indaiatuba. Mais tarde, novas filiais da Colônia Helvética se espalharam nas cidades vizinhas. Todavia, a capital do estado também recebeu grande número de imigrantes suíços nos anos seguintes, especialmente depois da primeira guerra mundial. E, devido à contribuição dos suíços nas indústrias têxteis, alimentícias e automobilísticas de São Paulo receberam a designação de “industrialistas”. Neste ponto, já era impossível distinguir os imigrantes do restante da sociedade, pois eles já estavam totalmente integrados à mesma.


Cf. Estatuto da Igreja Evangélica Suíça de São Paulo. Modificado pelas deliberações da Assembleia Geral Extraordinária de 2003, p. 1.
OLIVEIRA, Waldir Freitas. A saga dos suíços no Brasil (1557-1945). Joinville, SC: Editora Letradágua, 2007, p. 17.
DIETRICH, Ana Maria. Imigração suíça e protestantismo no século XIX. Disponível em: http://www.fflch.usp.br/dh/neho/arquivos/dietrich_imigracao_suica.pdf. Acesso em: 25 de março 2009.

A narrativa abaixo evidencia o relacionamento da Igreja Evangélica Suíça de São Paulo com a Igreja Presbiteriana do Brasil, o que explica o processo que culminou com o ingresso daquela nessa última denominação. Essa conexão fraternal ao longo dos anos foi fundamental para uma transição efetiva e harmônica.

2.1. A fundação da Igreja Evangélica Suíça

A imigração suíça no Brasil sempre esteve, em algum sentido, conectada ao avanço do protestantismo no país. Os missionários presbiterianos encontraram nas comunidades suíças uma força aliada para a propagação do evangelho. A teologia reformada de ambos foi um forte elo desde o princípio. Dessa forma, as pregações do pastor Schneider entre os suíços na Bahia resultaram na organização de uma igreja naquele estado. Em São Paulo, o pastor americano Alexander L. Blackford também recebia vários suíços como membros da igreja que ele havia fundado na capital. A conexão dos imigrantes suíços com o presbiterianismo continuaria sendo um fator importante mesmo após a organização da igreja suíça de São Paulo.

A Igreja Evangélica Suíça de São Paulo foi fundada 1958 por um grupo inicial de trinta e sete suíços radicados em São Paulo, contando com o apoio organizacional da Federação das Igrejas Protestantes Suíças. A Igreja Evangélica Suíça sempre fundamentou sua teologia nos ensinos dos reformadores protestantes João Calvino e Ulrico Zwínglio. A igreja tinha como finalidade a pregação do evangelho entre os suíços, bem como a ministração do ensino religioso aos filhos desses. O primeiro culto aconteceu no mês de outubro daquele ano com a chegada do pastor Middenderp e “durante seis anos os cultos foram realizados no jardim de inverno da ‘Maison Suisse’, à rua Caio Prado, 193”. Os cultos eram proferidos nas línguas alemã e francesa. Naquela mesma localidade funcionavam, no térreo, o restaurante Maison Suisse, a sede da Sociedade de Beneficência Helvética, a sede da associação Cercle Suisse e, no primeiro andar do edifício, o Consulado Geral da Suíça em São Paulo.

O aumento da frequência nos cultos e as limitações do espaço físico foram fatores determinantes para a busca de um novo espaço e o projeto da construção de um templo próprio. Em colaboração com os imigrantes holandeses, que tinham alvos semelhantes, os suíços adquiriram um terreno para o futuro tempo na antiga rua Frei Gaspar, hoje Gabriele D’Annunzio, no bairro do Campo Belo, em 1963.

Um ano mais tarde o templo foi inaugurado, no dia 11 de dezembro de 1964, com um sermão pregado pelo pastor Theophil Middendorp no texto de Apocalipse 4.11 que diz: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas”. O pastor Middendorp introduziu sua mensagem dizendo que as palavras daquele versículo se encontram inscritas no sino da Igreja Evangélica Suíça, representando o objetivo principal do templo. Desde sua inauguração, o templo tem servido a duas denominações, que são: A Igreja Evangélica Reformada (holandesa) e a Igreja Evangélica Suíça de São Paulo, atual Igreja Presbiteriana do Campo Belo. No mesmo mês da inauguração do templo, o pastor Middendorp retornou à Suíça, sendo substituído pelo pastor Attinger.

Os anos subsequentes foram marcados por outras duas construções por parte da Igreja Evangélica Suíça: a casa pastoral e o Orfanato Lar Feliz. A casa pastoral foi concluída em 1967 em um terreno ao lado direito do templo e, três anos depois, o Orfanato Lar Feliz foi inaugurado. Naquele período, os membros da Igreja Suíça receberam várias contribuições de sua terra natal.

Na área social, a igreja auxiliou o Retiro de Idosos na cidade de Campo Limpo, SP. O Orfanato Lar Feliz foi transferido para Curitiba após o imóvel ter sido vendido em 2007. Também, a igreja auxiliou um trabalho evangelístico em Anísio de Abreu, PI, mediante o Projeto Piauí, cujo objetivo é a pregação do evangelho naquele estado. Atualmente a igreja continua sua atuação social por meio do esforço de seus membros para atendimento aos carentes da comunidade e adjacentes.
Por vários anos os pastores da Igreja Evangélica Suíça de São Paulo foram diretamente enviados pela Igreja na Suíça, por estar vinculada à Igreja Evangélica Reformada de Zurique. A adaptação dos pastores, porém, nem sempre foi tranquila, e muitos acabaram retornando à pátria por dificuldades em se ajustar ao contexto brasileiro.

2.2 Abertura da Igreja aos Brasileiros

Algumas famílias suíças que frequentavam a igreja, motivadas por uma visão ampla do Reino de Deus, decidiram estender a mensagem e a comunhão do evangelho aos brasileiros que quisessem ali frequentar. Essa atitude de maturidade cristã será sempre lembrada pelos membros dessa igreja.

2.2.1. Pastores brasileiros

O primeiro passo para tanto lhes pareceu ser a contratação de um pastor brasileiro. Neste sentido, a afinidade teológica pareceu determinante e a conexão com o presbiterianismo foi, mais uma vez, lembrada. O primeiro pastor a ser contratado, assim, foi o Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes, recém-chegado de seus estudos no exterior, cujo pastorado na igreja durou sete anos, de 1995 até 2001.

A partir de 2002, o Rev. Dr. Valdeci da Silva Santos, também de origem presbiteriana, assumiu o pastorado da Igreja e, até os dias atuais, tem exercido seu cuidado pastoral. Novas mudanças e transformações marcam mais essa fase de revitalização da comunidade.

2.2.2. Mudança de nome: Igreja Cristã Reformada do Campo Belo

Outro passo na direção da expansão do Reino de Deus, como almejaram os suíços, foi a mudança do nome da igreja, passando a ser denominada Igreja Cristã Reformada do Campo Belo. Evidenciando, assim, com o nome, três aspectos importantes: primeiro, não ser uma igreja restrita a suíços, mas a qualquer um que quiser fazer parte dela, independente de sua nacionalidade; segundo, a genuinidade de sua fé cristã; terceiro, sua preocupação com a proclamação do evangelho no bairro do Campo Belo. Mudança ocorrida em março de 2011.

2.2.3. Ingresso na Igreja Presbiteriana do Brasil

Em 2016, a Igreja Cristã Reformada do Campo Belo (antiga Igreja Evangélica Suíça de São Paulo) experimenta mais uma mudança significativa. Primeiramente, adquiriu a parte (50%) das dependências físicas que pertencia à Igreja Evangélica Reformada (holandesa), encerrando uma parceria entre ambas as igrejas que perdurou por meio século (1964-2016). Destaca-se que esse processo foi mediado pela presidência do SC/IPB e membros da CRIE/IPB (Comissão de Relações Inter Eclesiástica).

Subsequentemente a essa aquisição, então, a Igreja Cristã Reformada do Campo Belo ingressou na Igreja Presbiteriana do Brasil, denominação com a qual historicamente sempre esteve relacionada e com quem a perspectiva teológica sempre foi próxima. Seguindo orientações da CRIE/IPB, o conselho da igreja solicitou o ingresso na IPB por meio do PRAT, Presbitério Alto Tietê. Dessa forma, a igreja foi recebida pelo PRAT em sua LXI Reunião Ordinária, o qual determinou que sua organização em Igreja Presbiteriana do Campo Belo ocorresse em 30 de outubro de 2016, designando a devida comissão para o cumprimento dessa decisão.


OLIVEIRA, A saga dos suíços, p. 118.
FERREIRA, Júlio Andrade. 1959, p. 90-91.
BRAGA, J. Ribeiro. A intolerância religiosa. O Estandarte. São Paulo, 9/07/1898, n 28.
AMMANN, A. Relatório Anual da Igreja Evangélica Suíça de São Paulo – 1988. Documento não publicado. São Paulo, SP. 1988, p. 12.
Ibid., p. 12.
MIDDENDORP, Theophil. Transcrição do sermão de inauguração do templo da Igreja Evangélica Suíça de São Paulo. 11 de dezembro de 1964. Documento não publicado.

A Igreja Evangélica Suíça de São Paulo, e posteriormente a Igreja Cristã Reformada do Campo Belo, adotou durante toda sua existência como única regra de fé, pregação e prática toda a Bíblia Sagrada e como referencial expositivo de sua doutrina, as confissões adotadas pelas Igrejas Reformadas. A linha teológica da igreja, então, foi sempre calvinista-zuingliana ortodoxa, estando vinculada por laços de irmandade à Igreja na Suíça. Esta identidade teológica reformada da igreja foi o ponto mais forte de conexão com outras denominações de tradição ortodoxa como algumas igrejas presbiterianas e batistas, por exemplo.

Atualmente, a Igreja Presbiteriana do Campo Belo, continua adotando as Escrituras como única regra infalível de fé e prática. E, como é próprio da Igreja Presbiteriana do Brasil, subscreve os Símbolos de Fé de Westminster como expressão doutrinária.


Boletim Informativo da LXI Reunião Ordinária do PRAT, realizada na IV Igreja Presbiteriana de Suzano, SP, nos dias 10-13 de agosto de 2016. Documento não publicado, p. 8-9.
Comissão designada: Revs. Mauro Sérgio Aiello, Davi Charles Gomes, Jorge Correa dos Santos Filho, José Vítor Gomes, Eduardo Henrique Ferraz, e Presbíteros Éverton Levi Matos Nascimento e Gildo Ribeiro Gonçalves.
Perspectiva teológica defendida pelos reformadores João Calvino e Ulrico Zwínglio. O primeiro era de origem francesa, mas trabalhou em Genebra e se tornou conhecido como o “teólogo da Reforma Protestante”. O segundo era um ex-padre, convertido ao Protestantismo, e que realizou um importante trabalho na cidade de Zurique. Dentre várias ênfases teológicas de ambos estava a centralidade das Sagradas Escrituras.

Atualmente, os membros são predominantemente brasileiros sem ascendência suíça. Contudo, a igreja ainda conta com a participação e colaboração valiosa de alguns suíços, inclusive uns poucos que já retornaram à Suíça. O rol de membros consta, no presente, de 70 comungantes e 7 não-comungantes. A igreja ainda é assistida de inúmeros visitantes frequentes. Os cultos são sempre em português e, seguindo a tradição reformada, a pregação expositiva e a ministração dos sacramentos possuem centralidade nos cultos dominicais.