O privilégio e a responsabilidade da igreja na escolha de seus oficiais

postado em: Pastorais

Pr. Fábio Coutinho

Amada IPCB,

No próximo domingo, dia 09.06.24, teremos a Assembleia Extraordinária da Igreja para a eleição de oficiais – Presbíteros e Diáconos. A igreja terá o privilégio e a responsabilidade de escolher seus representantes pelos próximos 5 anos.

Sabemos que “Não há outro Cabeça da Igreja senão o Senhor Jesus Cristo” (CFW XXV.VI)[1]. Em Colossenses 1.18 lemos: “Ele é o cabeça do corpo da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia”. Contudo, aprouve ao Senhor dar a oportunidade aos seus servos de votarem e serem votados para os ofícios de “pastores auxiliares” do Supremo Pastor, ocupando os ofícios de Presbíteros e Diáconos, conforme prescrito nas Escrituras (At 14.23, 20.28; Tt 1.5 e At 6.2-4).

Consultando a Confissão Belga, Art. 30[2], encontramos a seguinte afirmação a respeito do governo da igreja: “Cremos que a verdadeira igreja deve ser governada conforme a ordem espiritual que o nosso Senhor nos ensinou em sua Palavra. Deve haver ministros ou pastores para pregarem a Palavra de Deus e administrarem os sacramentos; deve haver também presbíteros e diáconos para formarem, com os pastores, o conselho da igreja”. Também no Art. 31 esta mesma confissão afirma a respeito dos ofícios da igreja que: “Cremos que os ministros da Palavra de Deus, os presbíteros e os diáconos devem ser escolhidos para seus ofícios mediante eleição legítima pela igreja, sob invocação do nome de Deus e em boa ordem, conforme a sua Palavra nos ensina” (At 1.15-26).

Por causa das instruções da Palavra de Deus, não temos nenhuma dificuldade em afirmar as verdades registradas pela Confissão Belga. Entendemos que tais afirmações são absolutamente sólidas, pois emanam das Escrituras que é nossa regra de fé e prática.

Há, contudo, algo que tem assustado a igreja no decorrer das décadas: É a enorme discrepância entre o que a Bíblia diz sobre a liderança pastoral na igreja local e aquilo que, infelizmente, é a situação real. Temos sido constantemente envergonhados por líderes que não consideram o privilégio do cargo e acabam fazendo o trabalho do Senhor relaxadamente (Jr 48.10) e ainda, enquanto igreja, por darmos pouca importância ao privilégio e ao dever de elegermos líderes segundo o coração de Deus.

Portanto, a igreja de Deus precisa levar mais a sério a eleição de seus oficiais e os candidatos precisam examinar melhor a verdadeira motivação do seu coração antes de se envolver em um dos ofícios propostos pelo Senhor à sua igreja. Que o Senhor nos ajude nessa tarefa tão crucial para o avanço da sua obra.


[1] CFW – Confissão de Fá de Westminster

[2] Confissão Belga, 1561, o primeiro dos padrões doutrinários da Igreja Reformada.

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