Pr. Valdeci Santos
O Natal se aproxima, mas para muitos a “boa nova, de grande alegria”, anunciada pelos anjos (Lucas 2.10), parece estar mais distante esse ano. Alguns contaram com a perda de parentes queridos e passarão o primeiro Natal sem eles. Outros, continuam travando uma luta intensa contra enfermidades críticas e diagnósticos negativos. Há ainda histórias marcadas por conflitos e dores que também acabam comprometendo os momentos de deleite no evento natalino. Ademais, a correria e as demandas diárias acabam gerando estresse, fadiga e desesperança em muitos corações. A verdade é que alguns têm navegado águas tumultuosas ao longo do ano e nem sabem como celebrarão o próximo Natal.
Porém, gostaria de lembrar algumas verdades bíblicas sobre o nascimento de Cristo, que espero, sirvam de consolo para muitos nesses dias. Devemos considerar que um dos objetivos do Pai celestial com as verdades bíblicas é que “pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Romanos 15.4).
1. A alegria do Natal não consiste nas circunstâncias, mas no fato de que “nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2.11). Aliás, as circunstâncias do nascimento de Jesus não eram favoráveis. Houve uma “gravidez inexplicada”, o que poderia gerar desonra e até mesmo a morte de Maria, dependendo da maneira como o caso fosse exposto. José também, experimentou momentos de grande confusão mental e emocional, ante ao surgimento de sua noiva grávida. Ademais, por ocasião do nascimento do bebê, não havia lugar nas hospedarias e o parto aconteceu em uma manjedoura. Que lugar terrível para o Rei dos reis nascer!
A despeito das circunstâncias desfavoráveis relacionadas ao nascimento de Jesus, a alegria gerada por sua vinda ao mundo foi enorme. A celebração daquele evento abrangeu anjos e homens, pois as promessas do Senhor haviam se cumprido e todos souberam que, para Deus, “não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lucas 1.37). O mesmo Deus que operou nos eventos relacionados ao nascimento de Jesus continua a atuar no universo e em nossas vidas. Portanto, podemos nos alegrar!
2. A alegria do Natal não consiste no fato de que tudo está bem conosco, mas no fato de que, em Cristo, tudo ficará bem. A encarnação e o nascimento de Jesus trouxeram esperança aos desesperados. As Escrituras declaram que “o povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” (Mateus 4.16). Também, o nascimento de Jesus resultou na inauguração do Reino de Deus e isso possibilitou perdão pelo arrependimento e salvação pela graça (Mateus 3.2), pois o Cordeiro que tira o pecado do mundo havia nascido em um estábulo. Se um estábulo é um lugar horrível para o Rei dos reis nascer, devemos lembrar que aquele foi o lugar ideal para o Cordeiro de Deus vir ao mundo. A esperança poderia inundar os corações e as pessoas poderiam se alegrar!
As bênçãos do nascimento de Jesus nos asseguram que uma nova era foi inaugurada e que Deus colocará em ordem todas as coisas. Por isso, mesmo que algumas coisas em nossa vida não estejam bem, o fato de Jesus ter se encarnado e nascido apontam para a realidade de que tudo ficará bem. Devemos sempre lembrar da afirmação de Paulo: “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Romanos 8.32).
Realmente espero que todos experimentemos a alegria celestial nesse Natal e o grande conforto de saber que nosso Redentor que nasceu, venceu a morte, continua intercedendo por todos nós. Nossa alegria se fundamenta em quem Ele é e naquilo que ele tem realizado por todo o seu povo.