Pr. Jader Santos
Hoje se encerram os Jogos Olímpicos em Paris. Esse evento esportivo ocorreu entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024, e incluiu times de 206 nações, sendo 10.714 atletas, 329 eventos em 32 diferentes modalidades de esportes. Além dos participantes dos jogos, é estimado que o evento tenha atraído mais de 15 milhões de visitantes a Paris e que tenha custado em torno
de US$ 9 bilhões.
Os jogos olímpicos atuais foram inspirados nos jogos de Olímpia, na Grécia, dos séculos VIII a IV d.C. Esses jogos eram festivais religiosos e atléticos realizados a cada quatro anos no santuário de Zeus. Por volta de 40.000 gregos faziam a difícil jornada para participar do festival que apresentavam principalmente esportes atléticos, mas também de combate, como luta livre e pugilato, corridas à cavalos e bigas. Os vencedores dos eventos eram admirados e imortalizados em poemas e estátuas.
Embora uma coroa feita a partir da oliveira sagrada no recinto de Zeus fosse o único prémio oficial dos Jogos Olímpicos, a fama dos vencedores também lhes trazia riqueza econômica, sob a forma de subsídios das suas cidades natais e de patrocinadores ricos.
Mas, afinal, os jogos olímpicos têm alguma coisa a ver com o cristão? Paulo escreve em 1 Coríntios 9.23-27: “Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele. Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio?
Correi de tal maneira que o alcanceis.
Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado”.
Nesses versículos, Paulo nos dá um exemplo precioso de como deveria ser a vida do cristão, ou seja, caracterizada pela disciplina e domínio que os atletas exercem sobre si para serem campeões e vencedores. O argumento de Paulo é que nós, cristãos, devemos ter mais domínio e mais disciplina do que aqueles atletas, já que nosso prêmio é superior ao deles.
Malcom Gladwell, em seu livro, Fora de série – Outliers, após anos de pesquisas, determinou que, para se tornar um mestre em alguma profissão ou arte, é necessário se dedicar pelo menos 10.000 horas àquele ofício. Esse fenômeno é claramente visto nos atletas de elite.
A comparação que Paulo faz entre a vida cristã e os atletas nos permite extrair preciosas lições: (1) O cristão deveria, assim como o atleta, se dominar em tudo, para alcançar a coroa incorruptível. Vemos a seriedade disso nos ensinamentos do próprio Jesus em Mateus 5.29-30: “Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno”; (2) A rotina diária do cristão deveria ser definida por seu objetivo de ser encontrado fiel na volta de Cristo.
Somos advertidos em Efésios 5.15-16, “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus” e em Tiago, “… aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”. Assim, nosso tempo é limitado e devemos usá-lo da melhor maneira em prol de nosso objetivo como cristãos – darmos glórias a Deus em tudo.
Temos muito a aprender com os Jogos Olímpicos. Devemos dominar nosso corpo e nossa mente para confiarmos e praticarmos a Palavra de Deus. Nossa vida deve ser moldada e nossa rotina doméstica ordenada para usarmos melhor nosso tempo para a glória de Deus. Devemos treinar continuamente nosso espírito, utilizando os meios de graça para nosso aperfeiçoamento. Para que, assim como Paulo, corramos fielmente a fim de alcançarmos a coroa da glória.